O Fogo é uma ilha majestosa e de potencialidades únicas em Cabo Verde. Uma ilha com uma produção boa e cujo sustento do povo está mormente na agricultura e pecuária.
Um poema antigo descreve a ilha: “Ilha do Fogo, terra ditosa,/ recordo agora o teu passado./ Ao som da morna quero cantar/ a tua beleza ao sol doirado. (…)”. Pois é, uma terra aventurada, abençoada e feliz.
Para quem não conhece, a ilha apresenta um aspecto redondo e ascende como um vulcão. Tem uma cratera enorme e no seu interior ergue-se um pico, o ponto mais alto de C. Verde, com 2829 metros de altitude. No interior da cratera localiza-se uma das zonas mais produtivas do Fogo e de C. Verde, com muitas diversidades – Chã das Caldeiras. Tem um parque natural de espécies únicas em todo o arquipélago, tem o vinho Manecom, muita mandioca, feijão, frutas de quase todo o tipo… e um povo amigo e hospitaleiro. Passando por Chã das Caldeiras, chega-se a Monte Velha, uma espécie de “floresta” da ilha, muito verde com árvores altas e muitos arbustos e plantas e que fica na parte descendente que vai ter aos Mosteiros: um bom sítio para passeios de jovens.
O vulcão está historicamente activo e teve a última erupção em 1995. Eu estive na ilha na altura da erupção e pude ir até Chã das Caldeiras para ver de perto o “espectáculo” de fogo e sentir bem de perto o calor que a terra exalava a partir da pequena cratera que se abriu ao pé do pico do vulcão do Fogo. Na altura podia-se ver as lavas a revirar a terra e a andar a um ritmo surpreendente. Alguns meses depois as lavas já estavam mais preguiçosas e as pedras negras caíam devagar, até que um dia pararam. Deixaram uma enorme mancha negra de pedras vulcânicas a cobrir grande parte das áreas de cultivo e provocaram a evacuação da população local para as zonas baixas. A erupção deu origem, quando do realojamento das pessoas, a umas tantas pequenas povoações (em Achada Furna e Monte Grande, por exemplo) a que deram o nome de “Txanzim” (“Chã pequeno”, por assim dizer). Entretanto, pode-se dizer que a zona de Chã das Caldeiras conheceu maior desenvolvimento depois dessa erupção que, como se pode notar hoje em dia, deu mais abertura e possibilitou maior afluência do pessoal à cidade de S.Filipe, um maior número de viaturas e maior possibilidade de comercializarem os seus produtos.
Outras maravilhas da ilha são as areias negras que fazem das praias do Fogo um pouco invulgares em C. Verde. Mormente, as areias são brancas. Na outra ponta da ilha fica Salinas, uma baía fenomenal, com uma ponte natural em rocha negra e que pode proporcionar bons fins-de-semana à beira mar. Fica por baixo das zonas de S. Jorge e Galinheiro.
As romarias também têm uma boa influência na projecção da ilha. Festas tradicionais de bandeira (santo) como S. Pedro, S. Sebastião, S. João, S. Paulo, N. Sª do Socorro, S. Lourenço, Bandeirona, Sta Catarina, enfim realizam-se todos os anos, religiosamente, com muita fartura e festa, baile, enfim… A maioria dessas festas concentram-se entre Junho e Agosto. A festa da Bandeira de Nhô San Filipe, sendo a festa do município de S. Filipe (o santo padroeiro), é a que mais eco tem e a que apresenta maior afluência de toda a ilha e até de outras e da diáspora. Uma festa que decorre durante alguns dias, com actividades variadas (currida de cavalos, futebol, entre outras), e que só acaba no dia 1 de Maio, dia da “argorinha” e encerramento da Feira e dia de Nhô San Filipe. A Feira é palco de muitos artistas de renome, a maioria cabo-verdianos , realizada na famosa praça de Presídio. De igual valor, mas para os outros concelhos, existem as festas de Sta Catarina na vila de Cova Figueira e a do Município dos Mosteiros (N. Sª da Ajuda), na vila de Igreja.
Passava aqui uma eternidadde a descrever e precisar as festas e os acontecimentos da ilha. Não o vou fazer de todo! Prefiro deixar aqui explícitos a minha saudade e o meu amor à minha ilha, uma ilha que parece ter sido votada ao abandono pelo governo do país, mas na qual todos os foguenses depositam muita confiança, tendo-lhe um amor incondicional e eterno. O seu clima quente, aquele calor único, a sua majestade, a imponência do seu vulcão, o perfume do seu café, o sabor do seu vinho, o paladar da sua culinária, a simplicidade e amizade do seu povo, a beleza dos seus filhos, a sua permanente esperança num futuro melhor, enfim… fazem-nos a todos “fidjus di Djarfogo” regozijarmo-nos no facto de termos o sangue quente que corre nas nossas veias, como o magma do interior do seu vulcão. Um povo que não cospe a chama como o faz o grandioso vulcão, mas que transborda amizade, carinho, fraternidade, espírito de ajuda, hospitalidade, prestatividade, paz, confiança e tudo mais de bom.
Um poema antigo descreve a ilha: “Ilha do Fogo, terra ditosa,/ recordo agora o teu passado./ Ao som da morna quero cantar/ a tua beleza ao sol doirado. (…)”. Pois é, uma terra aventurada, abençoada e feliz.
Para quem não conhece, a ilha apresenta um aspecto redondo e ascende como um vulcão. Tem uma cratera enorme e no seu interior ergue-se um pico, o ponto mais alto de C. Verde, com 2829 metros de altitude. No interior da cratera localiza-se uma das zonas mais produtivas do Fogo e de C. Verde, com muitas diversidades – Chã das Caldeiras. Tem um parque natural de espécies únicas em todo o arquipélago, tem o vinho Manecom, muita mandioca, feijão, frutas de quase todo o tipo… e um povo amigo e hospitaleiro. Passando por Chã das Caldeiras, chega-se a Monte Velha, uma espécie de “floresta” da ilha, muito verde com árvores altas e muitos arbustos e plantas e que fica na parte descendente que vai ter aos Mosteiros: um bom sítio para passeios de jovens.
O vulcão está historicamente activo e teve a última erupção em 1995. Eu estive na ilha na altura da erupção e pude ir até Chã das Caldeiras para ver de perto o “espectáculo” de fogo e sentir bem de perto o calor que a terra exalava a partir da pequena cratera que se abriu ao pé do pico do vulcão do Fogo. Na altura podia-se ver as lavas a revirar a terra e a andar a um ritmo surpreendente. Alguns meses depois as lavas já estavam mais preguiçosas e as pedras negras caíam devagar, até que um dia pararam. Deixaram uma enorme mancha negra de pedras vulcânicas a cobrir grande parte das áreas de cultivo e provocaram a evacuação da população local para as zonas baixas. A erupção deu origem, quando do realojamento das pessoas, a umas tantas pequenas povoações (em Achada Furna e Monte Grande, por exemplo) a que deram o nome de “Txanzim” (“Chã pequeno”, por assim dizer). Entretanto, pode-se dizer que a zona de Chã das Caldeiras conheceu maior desenvolvimento depois dessa erupção que, como se pode notar hoje em dia, deu mais abertura e possibilitou maior afluência do pessoal à cidade de S.Filipe, um maior número de viaturas e maior possibilidade de comercializarem os seus produtos.
Outras maravilhas da ilha são as areias negras que fazem das praias do Fogo um pouco invulgares em C. Verde. Mormente, as areias são brancas. Na outra ponta da ilha fica Salinas, uma baía fenomenal, com uma ponte natural em rocha negra e que pode proporcionar bons fins-de-semana à beira mar. Fica por baixo das zonas de S. Jorge e Galinheiro.
As romarias também têm uma boa influência na projecção da ilha. Festas tradicionais de bandeira (santo) como S. Pedro, S. Sebastião, S. João, S. Paulo, N. Sª do Socorro, S. Lourenço, Bandeirona, Sta Catarina, enfim realizam-se todos os anos, religiosamente, com muita fartura e festa, baile, enfim… A maioria dessas festas concentram-se entre Junho e Agosto. A festa da Bandeira de Nhô San Filipe, sendo a festa do município de S. Filipe (o santo padroeiro), é a que mais eco tem e a que apresenta maior afluência de toda a ilha e até de outras e da diáspora. Uma festa que decorre durante alguns dias, com actividades variadas (currida de cavalos, futebol, entre outras), e que só acaba no dia 1 de Maio, dia da “argorinha” e encerramento da Feira e dia de Nhô San Filipe. A Feira é palco de muitos artistas de renome, a maioria cabo-verdianos , realizada na famosa praça de Presídio. De igual valor, mas para os outros concelhos, existem as festas de Sta Catarina na vila de Cova Figueira e a do Município dos Mosteiros (N. Sª da Ajuda), na vila de Igreja.
Passava aqui uma eternidadde a descrever e precisar as festas e os acontecimentos da ilha. Não o vou fazer de todo! Prefiro deixar aqui explícitos a minha saudade e o meu amor à minha ilha, uma ilha que parece ter sido votada ao abandono pelo governo do país, mas na qual todos os foguenses depositam muita confiança, tendo-lhe um amor incondicional e eterno. O seu clima quente, aquele calor único, a sua majestade, a imponência do seu vulcão, o perfume do seu café, o sabor do seu vinho, o paladar da sua culinária, a simplicidade e amizade do seu povo, a beleza dos seus filhos, a sua permanente esperança num futuro melhor, enfim… fazem-nos a todos “fidjus di Djarfogo” regozijarmo-nos no facto de termos o sangue quente que corre nas nossas veias, como o magma do interior do seu vulcão. Um povo que não cospe a chama como o faz o grandioso vulcão, mas que transborda amizade, carinho, fraternidade, espírito de ajuda, hospitalidade, prestatividade, paz, confiança e tudo mais de bom.
4 comentários:
estamos a fazer um trabalho sobre a festa de nhon sao filipe e queriamos saber eexatamente em que ano e como se realiza a festa
Em anonimato fica difícil responder e nao entendi bem a pergunta . A festa realiza-se tds os anos durante os últimos dias do mês de Abril e o dia de Nho San Filipe é 1 de Maio. Há muitas actividad
es alusivas, mas aconselho-me mesmo uma consulta breve no google. Neste blogue há um pequeno artigo sobre a festa. Vejam: http://djarfogonakorasan.blogspot.com/2008/04/avizinha-se-nh-san-filipe.html
quis dizer "aconselho-vos mesmo". Desculpas!
A última vez que estive na nossa querida ilha foi em 1970, e S.Filipe era cognominada de Vila, que terminava a poucos metros acima da casa de meus pais e avós em Sta Filomena. Aqui no sul do Brasil, onde resido, poucos sabem onde fica CV, e muito menos Fogo. Vou indicar este blog aos amigos brasileiros.
Pr Valdemiro Pina Lopes / Foz do Iguaçu /Pr Brasil
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