Como dizia - e diz sempre - um grande amigo meu " kenha k ka konxe Luzia Nunes Sta fraku na kultura geral". Uma zona pequena, a 7 km de S. Filipe na ilha do Fogo, é onde meu umbigo se encontra enterrado. Meu, de meus irmãos, familiares e grandes amigos de infância e de toda a vida. Entretanto, esse meu amigo diz isso na brincadeira. A verdade é que a amabilidade daquela pequena povoação a mim me fascina. Tenho um orgulho enorme nas pessoas que lá vivem, desde os miúdos aos velhos, passando pelas pessoas da minha idade. Lá as pessoas divertem-se, contam anedotas, riem-se que se fartam, fazem paródias, enfim, sabem aproveitar a vida e enganar a tristeza. Às vezes, aqui nesta solidão, projecto meus pensamentos e começo a recordar a vida que lá levava, numa serenidade boa, antes de vir para Portugal. Aquela malta amiga, aqueles bares simples, aqueles jogos de carta (txintxun, biska, 7 e meia, etc), "orim", matraquilos, por ai fora. Ah, e o futebol?! Nem tínhamos espaços dignos, mas jogávamos sempre. Agora ouvi dizer que já há uma placa que está a ser muito concorrida e penso sempre que, quando voltar, vou jogar lá todos os dias com o pessoal lá da zona. Também me lembro daqueles dias de paródia intensa que ultrapassava tudo e sugava a noite: a malta juntava-se a tomar copos e uns tocavam guitarras, outros cantavam e, cada um mais desafinado que o outro, fazia-se a noite, a convivência e as amizades continuavam. Havia quem não conseguisse dormir, por causa do barulho, mas muito poucos se chateavam de verdade. Ainda me lembro das confusões e brigas, mas isto é como tudo: acontece em toda a parte.
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